A herpes genital é uma doença/infecção viral transmitida por meio do contato sexual. É a infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum no Brasil e no mundo. Ela pode ter sintomas ou não ter nada aparente. O mais comum de aparecer são feridas no formato de pequenas bolhas na região genital, na região perto do ânus, nas coxas ou nádegas (HSV-1 ou HSV-2) e na boca (HSV-1). Além disso, causa dor, coceira, formigamento, ardência nas partes afetadas.
A herpes “se cura” sozinha após algumas semanas da primeira manifestação. Dizemos “se cura” entre aspas por um motivo: a herpes genital não tem cura. Essa expressão foi utilizada apenas para indicar que após esse período as “feridinhas” somem. Entretanto, o vírus apenas se alojou no corpo e permanecerá “adormecido” até que aconteça algo que mude isso. Dentre os fatores que que podem “acordar” o vírus e, consequentemente, trazer outras manifestações da herpes genital estão mudanças hormonais, estresse, exposição prolongada ao sol, imunodeficiência (imunidade baixa) e uso de corticóides.
Como dito anteriormente, o vírus causador da herpes genital não pode ser eliminado do corpo, porém, na maioria dos casos, não há outras manifestações sintomáticas da doença além da primeira. Para pessoas que manifestam sintomas com certa frequência (em média de 6 a 10 vezes por ano) recomenda-se terapia antiviral, que irá amenizar os episódios e a taxa de transmissão.
Sobre a taxa de transmissão, todo portador de HSV-1 ou HSV-2 (os dois principais tipos de herpes genital) pode transmitir o vírus, sendo ele sintomático ou não. As chances de transmitir, todavia, variam se a pessoa estiver com sintomas (risco mais alto) e sem sintomas (risco mais baixo). Por esse motivo, a prevenção é muito importante.
A prevenção é baseada no uso da camisinha, que por sua vez não garante 100% de segurança, pois pode acabar não cobrindo partes que possuem as pequenas feridas. Então, evitar a atividade sexual em períodos sintomáticos é de extrema importância. Em adição a isso, ter uma conversa franca e aberta com seus parceiros sexuais sobre a sua situação ajuda a traçar um plano para que eles não sejam contaminados ou que ao menos se diminuam os riscos.
A herpes genital durante a gravidez é outra questão importante. O vírus pode ser passado da mãe para o filho durante o parto, o que pode acarretar problemas para a saúde do recém-nascido. Entretanto, são raros os casos de transmissão da mãe para o bebê em mulheres que foram infectadas pelo vírus antes da gestação (da mesma forma, se faz de grande importância informar a exposição viral ao seu médico durante o pré-natal). A questão de maior risco é quando o vírus é adquirido durante a gravidez, o que torna as chances de transmissão mãe-filho mais elevadas. Em casos em que a mãe está sintomática durante o parto, há recomendações de cesariana, pois a contaminação ocorre pelo contato direto com a mucosa vaginal.
Em resumo, a herpes genital é uma infecção prevenível e tratável, mas não curável. Seguir os protocolos de prevenção é uma forma de proteger você e aqueles à sua volta.
Fonte:
American Academy of Family Physician (Academia Americana de Médicos de Família)
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