O que é?
É uma inflamação, aguda ou crônica, causada por diversos tipos de bactérias que podem acometer os órgãos reprodutivos femininos. Além disso, pode ocorrer quando, principalmente, as IST’s causadas por clamídia e gonorreia não são tratadas adequadamente (estima-se que de 10 a 40% das mulheres atingidas por essas infecções são afetadas pela DIP).
Como é transmitida?
É transmitida, na maior parte das vezes, por relação sexual desprotegida, mas pode acontecer em procedimentos médicos, tais como implantação do DIU (Dispositivo Intrauterino), biópsia uterina e após curetagem.
Quão comum a doença é no Brasil?
Devido ao diagnóstico da DIP ser difícil, pois seus sintomas são diversos, e ao fato de o país não notificar compulsoriamente doenças como clamídia e gonorreia, os dados epidemiológicos da DIP no Brasil são raros. Todavia, em outros países, como os Estados Unidos, anualmente 770.000 casos de DIP são notificados, provavelmente por causa das altas taxas de infecção por clamídia no país.
Quem está mais suscetível à DIP?
Jovens: Quanto mais precoce a vida sexual feminina, maiores as chances de desenvolver DIP, pois é a fase em que se tem maior frequência sexual e inconsistência no uso de preservativos. Outros fatores relevantes:
- Possuir múltiplos parceiros;
- Não utilizar preservativo em todas as relações sexuais;
- O parceiro ter várias companheiras.
Mulheres em situação econômica vulnerável: Mulheres com baixo nível socioeconômico têm menor acesso aos cuidados médicos, à informação, à higiene e, consequentemente, há maior incidência da doença nessa parcela da população.
Mulheres que passaram por procedimentos ginecológicos e obstétricos: na colocação do DIU, em partos recentes, na interrupção da gravidez e em biópsias uterinas (situações em que podem ocorrer favorecimento de bactérias patogênicas).
Como a doença se manifesta?
Existem diversas formas. A DIP pode se apresentar tanto assintomática quanto em uma forma aguda da doença.. O sintomas mais importantes são:
· Dor pélvica (no pé-da-barriga) presente em 90% dos casos;
· Corrimento vaginal;
· Dores fortes a palpação do útero e anexos;
· Febre;
· Náusea e vômito;
· Disúria (dor ao urinar);
· Poliúria (urinar frequentemente).
Quais complicações, a longo prazo, a DIP pode causar?
Infertilidade: nos casos mais graves a salpingite (inflamação das tubas uterinas) cicatriza o tecido das tubas uterinas, impedindo a passagem dos óvulos até o útero. Cerca de 10 a 15% da pacientes se tornam inférteis. Se a mulher for atingida pela doença duas ou mais vezes, as chances aumentam de 50 a 75%;
Dor Pélvica Crônica: dor contínua na parte inferior do abdome que pode perdurar por semanas a anos;
Gravidez Ectópica: se as tubas uterinas estiverem bloqueadas pela inflamação, há o risco do óvulo se instalar nas tubas ao invés de no útero, impossibilitando a gestação.
Como é o tratamento?
O tratamento é feito por meio de antibióticos. Se caso acontecer relação sexual 60 dias a partir do aparecimento dos sintomas, os parceiros devem ser tratados do mesmo modo.
Como se prevenir?
A melhor forma de prevenção é utilizando preservativos em todas as relações sexuais.
Referências:
· Rotinas em Ginecologia - Fernando Freitas et al. - 6ª edição - Porto Alegre: Artmed, 2011;
· TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, CL. Microbiologia. 10. ed., Porto Alegre: Artmed, 2010.
Para saber mais:
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